Autor foi registrado apenas pela mãe e não conhece o pai, mas, em 2016, descobriu que teve o sobrenome paterno inserido em seu registro.
Homem sem vínculo socioafetivo com o pai conseguiu a exclusão do sobrenome, bem como a alteração de registro civil para retirada do nome do pai e dos avós paternos. Pedido foi deferido pela juíza de Direito Débora Gerhardt de Marque, da vara de Família e Sucessões de Lajeado/RS.
O homem buscou a Justiça sob o argumento de que foi registrado apenas por sua mãe, com sobrenome materno, e que ela lhe criou sozinha. Mas, em 2016, quando solicitou a segunda via de sua certidão de nascimento, descobriu que decisão judicial em ação de investigação de paternidade proferida pelo juízo de Estrela/RS em 1983 alterou seu registro, com a inserção do sobrenome do pai biológico.
No processo, destacou que sua mãe não lhe falou sobre a demanda, e que sequer conhece seu pai. Assim, buscou a retificação de seu registro civil, com a exclusão do nome do pai, e supressão do patronímico paterno de seu nome.
Ao decidir, a magistrada destacou que a pretensão do autor encontra amparo na lei 6.015/73, que, em seu art. 57, prevê a possibilidade de alteração posterior do nome por exceção motivada.
Sendo assim, e não havendo relação socioafetiva entre o autor e o requerido, bem como a própria identificação do requerente com o sobrenome atual – que desconhecia até 2016 -, entendeu a magistrada que a pretensão deve ser acolhida.
Com a decisão, o registro será alterado e o homem volta a usar apenas o sobrenome materno.
O processo corre em segredo de Justiça.
Processo: 5000338-46.2018.8.21.0017
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